Posted by J. Vasco em 23/06/2010
«Para os muito maus tempos que, pressinto, se estão aproximando,
serão necessárias novas solidariedades.
Mas não devemos esquecer as antigas…»
(último mail enviado por João Ferro a um seu camarada e amigo)
Faleceu, com 72 anos, o jornalista João Ferro.
Para além de ter sido um dos co-fundadores da SIC, em 1992, e de ter pertencido aos seus quadros durante dez anos, trabalhou também na RTP e na agência noticiosa russa Novosti. Foi jornalista, durante as décadas de 60,70,80 e 90, em vários países do campo socialista, e tinha sobre ele um conhecimento muito amplo, muito vasto e muito profundo. Pertencia ao conselho geral do sindicato dos jornalistas e era membro da Fundação Internacional Racionalista.
A vida tem por vezes destas coisas tristes. Na quinta-feira passada, convidámos o João Ferro para conceder uma entrevista de fundo ao Olhe Que Não. Ele, generoso, aceitou de pronto, sem pensar duas vezes. Disse-nos apenas que teríamos de marcar o dia e a hora da entrevista no fim-de-semana que depois de amanhã começa, porque até lá estava a braços com a preparação de algumas aulas sobre a história da Rússia a leccionar numa universidade sénior. Preparávamo-nos para lhe ligar no próximo sábado.
O ponto de partida para a nossa conversa iria ser o seu último texto publicado (na ocasião, para a SIC Notícias), que deixamos aqui – e que merece ser lido, reflectido e tomado como acicate para ulteriores estudos, discussões e prolongamentos práticos.
O João Ferro partiu. Mas a sua mensagem fica: novas solidariedades… sem esquecer as antigas.