Bach vive não no órgão dos medíocres, mas antes no piano deste génio herético.
Este nosso amigo, Gould de sua graça (Gold era o nome verdadeiro, mas devido ao anti-semitismo passou a Gould), fez, em 1957, uma tourné estrondosa à URSS (e como ela tinha enormes pianistas: Richter e Gilels, entre muitos). Depois, em 1964, deixou de se apresentar em público. Recolheu-se em casa, nos estúdios – e tornou-se obsessivo, autista, perfeccionista (o romance O Náufrago, de Thomas Bernhard, é construído em torno desta obsessão). Glenn Gould perdeu-se, com um derrame.
As Variações Goldberg, no entanto, ganharam com ele uma dimensão até hoje nunca atingida.
Deliciem-se (a versão integral está disponível em módulos sequenciais, sendo este o primeiro).