Aí está a “prenda no sapatinho” do capital. Como se nos tempos que correm fosse coisa que rareasse. A musica acaba e as tombam as mascaras: um trabalhador deve dispor do mínimo poder possível sobre a sua vida, não servisse a sua existência apenas para que lhe seja sugado o fruto do seu trabalho.
Férias é coisa para quem dispõe de capital, para os proprietários, esses sim poderão ser livres, cada vez mais livre de sugar o trabalho alheio. Uma jorna organizada onde procuramos encaixar, entre as fatigantes horas de exploração, um tempinho para estarmos com os nossos é coisa que não deve depender de quem trabalha para que outro amealhe. Afinal só precisamos de descansar para “recuperar física e psicologicamente” para que amanhã, ou dentro de 5 minutos, a exploração possa continuar.
Pois sim terão por certo todos os direitos formais, até o de dizer que não, mas nunca em conjunto digamos que de uma forma mais “dinâmica” através de “estruturas para o efeito”, até porque o direito ao seu posto de trabalho passa a estar dependente do mero e unilateral apetite do patrão, que terá apenas que formalmente explicar de que forma alguém é inadaptado, isto quando não lhe apetecer simplesmente extinguir o posto de trabalho em questão (até porque já pode haver outro de “conteúdo funcional idêntico”), nada que nos preocupe pois haverá sempre um “critério relevante”. O “critério relevante”, “estruturas representativas”, “dinamização”, são as novas denominações da mais pura repressão social. Estamos todos às ordens e a lei é conforme…
Total liberdade, mas liberdade para despedir, para reprimir, para explorar. Nenhuma liberdade para quem produz. Em nome de uma crise para a qual o sistema capitalista não oferece nenhuma possibilidade de superação.
Hoje mais que ontem, uma barricada só tem dois lados.