A igreja católica anda satisfeita… condoída mas satisfeita. satisfatoriamente condoída mas condoidamente satisfeita. A crise, a crise… ora, a crise traz milhões à igreja, muitos milhões. Ah, sim, também traz ovelhas novas e submissas para o rebanho. Mas estamos agora a falar dos milhões que a fazem mover-se, o verdadeiro espírito santo da nossa época: o dinheirinho, o cacau, a massa, o kumbú, a grana, o papel, o vil metal, o pilim, a cheta, o arame, o carcanhol.
A Igreja, gerindo o alienado “suspiro da criatura oprimida”, sempre soube ver nas crises uma oportunidade de crescimento e crescimento também e em termos de Incomes/Outcomes. Aqui são ajudas monetárias, ali são esmolas e heranças, aqui é conquista de privilégios, acolá são convénios com grandes grupos económicos, aqui é aquisição de espaços, acolá é avanço na privatização do ensino, aqui são aplicações financeiras, além (ou já aqui) é o roubar as misericórdias públicas que, de um golpe, são colocadas nos seus mafiosos bolsos (numa operação que pode ser classificada como roubo com base nas próprias normas jurídicas burguesas). E assim vai a igreja: condoída e satisfeita. Pondo as mãos no peito, enxugando as lágrimas e, condoidamente, contando as notas.