Luís Cília canta José Saramago:
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou tenho quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, nascem todas
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
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Não me peçam razões por que se entenda
A força da maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
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Não me peçam razões, ou sombra delas,
Deste gosto de amar e destruir:
Nos excessos do ser é que amanhece
A cor da Primavera que há-de vir.
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Canção criada a partir do poema de José Saramago
“Não me peçam razões”, in “Os Poemas Possíveis”
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