DELÍCIAS DO LIBERALISMO
Posted by J. Vasco em 17/06/2010
Quem vir nesta «decisão do Ministério da Saúde» uma simples medida arbitrária e desgarrada – desengane-se. Ela é mais uma peça da consequente política liberal que visa destruir, tijolo a tijolo, o edifício das funções sociais do estado, construído com o impulso da revolução de Abril.
Os caboucos deste edifício são vergastados nos dias de hoje (pelas mãos sujas de PS, PSD e CDS, sob a orientação tutelar da UE) com uma violência sem precedentes. Encerramentos de escolas, de centros de saúde, de maternidades, de urgências hospitalares. Desmantelamento de postos de correio. Fecho de repartições da segurança social. O ramalhete é impressionante, e dele exala o inconfundível aroma das «leis do mercado». Sob a sua sombra, campeia a miséria, a falta de protecção social, o despovoamento do interior do país e uma vaga vertiginosa de emigração.
«Por um segundo podemos perder uma vida». Mas que importância pode ter isso? Os mortos serão, afinal, de famílias «sem estilo», «sem charme», «saloios do interior que nem falar sabem», não é assim? Desejável é que «o mercado» funcione, é que a «lei da oferta e da procura» vigore. Lindo é que o estado «não tutele a vida dos indivíduos», é que quem quer saúde, educação, reformas – que as pague, que não «viva à custa dos subsídios» e da «teta do estado».
Acelera, ambulância, acelera! Esses «40 quilómetros» ainda vão ser tão longos!
João Valente Aguiar said
A destruição do SNS é das coisas mais abjectas e, porque não dizê-lo, fascizantes do neoliberalismo. 40 km é uma enormidade. Um familiar meu está ainda vivo porque foi extremamente bem assistido num hospital público central e morava a 5km desses hospital. E esses 5km, disseram na altura os profissionais do INEM, são mtas vezes um calvário para os doentes, o que não será uma distância quase dez vezes superior!
Ainda por cima, essa gentalha quer parar as ambulâncias de suporte imediato de vida durante o verão! Relembrar que essas ambulâncias aumentaram de número porque iriam substituir SAP’s entretanto encerrados. A política desta gente para a saúde só mostra o que eles pensam e sentem pelas pessoas comuns, pelos trabalhadores: sub-humanos que só merecem viver enquanto a sua força de trabalho aumentar o capital acumulado pela burguesia. Só a luta poderá superar esta estado (desumano) de coisas.
Abraço!