«Foi por aí, por esses tempos de exílio parisiense, que Jorge Jardim terá tido uma ideia fulminante para envolver a Igreja na dinâmica de reacção interna aos comunistas. Conhecia bem o arcebispo de Braga, D. Francisco Maria da Silva, e escreve uma carta de denúncia ao COPCON, revelando que o prelado ia a um congresso ao Brasil e que se preparava para transportar divisas para fora do país. É enviado de imediato um batalhão para o aeroporto e o bispo vive alguns dos momentos mais humilhantes da sua vida: é revistado e, para tal, obrigado a despir-se. «Foi genial, porque assim que regressou do Brasil, D. Francisco Maria organizou de imediato uma manifestação em Braga contra o Partido Comunista. Jorge Jardim estava convencido, e bem, que tinha de ser algo humilhante que o fizesse reagir, como, de facto, veio a acontecer», recorda Sanches Osório.»
(Eduardo Dâmaso, A invasão spinolista, Fenda, p. 58)